CDN: As três letras que movem o mundo online
Você já tem uma ideia básica do valor de ter um site para sua empresa na internet, de como garantir segurança no tráfego de dados de seu site, de como compreender o comportamento de seus visitantes para tomar decisões de mercado, e até mesmo de como deixar seu site otimizado para motores de busca.
Você também já sabe que métricas mais humanizadas são uma melhor forma de compreender se seu site pode trazer valor, conhece o poder de conectar seu site a outros serviços de forma automatizada, e já entende o poder do cache para que seu site não exija o tráfego de informações de forma desnecessária ou ineficaz.
Agora, fazendo uma relação ao nosso post sobre cache, vamos entender melhor como o tráfego de dados de seu site e de grandes portais da internet chegam até seu dispositivo. Vamos conversar sobre CDNs, ou Content Delivery Networks.
Você já parou para pensar em como o Youtube distribui os vídeos de seus servidores para centenas de pessoas ao redor do mundo simultaneamente? Ou como o Netflix lança episódios de séries que são acessadas por milhões de pessoas ao mesmo tempo, sem problemas de indisponibilidade?
O mesmo vale para empresas como o Spotify, que distribui milhões de horas de música por dia, e até mesmo sites adultos, que acumulam milhões de horas de streaming. De acordo com o portal Tube Filter, sites de distribuição de conteúdo audiovisual são responsáveis por mais de 65% de todo o tráfego de internet no mundo.
O que são Content Delivery Networks?
CDNs são, de forma simplificada, grandes redes distribuídas de servidores, espalhadas em dezenas ou centenas de cidades e países ao redor do mundo, que agem como ponto de distribuição de conteúdo estático. Por conteúdo estático, geralmente queremos dizer músicas, vídeos e imagens. Estas redes de distribuição são otimizadas para garantir o tráfego ininterrupto de grandes quantidades de dados para um número grande de usuários simultaneamente. Isso é feito através de práticas muito específicas.
Como CDNs funcionam?
A velocidade de transferência de dados é influenciada largamente, além da banda de internet contratada por você, também pela distância que os dados precisam percorrer entre a origem e o destino. Isso significa que, por exemplo, ao carregar um vídeo, se o datacenter está próximo geograficamente á você, ele tende a carregar mais rápido do que se estivesse distante. Devido á isso, uma das práticas de fornecedores de CDNs é possuir pontos de presença em várias regiões. No Brasil, a maioria dos CDNs possuem pontos em São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre por exemplo, garantindo proximidade tanto para usuários do nordeste/norte, como sudeste/centro-oeste e sul.
Outra forma de trazer eficiência na distribuição de conteúdo é através de ‘balanceamento de carga’. Diferentemente de servidores comuns, CDNs precisam funcionar corretamente tanto com poucos como com muitos usuários simultaneamente. Em determinadas situações, a distribuição de conteúdo para centenas de milhões de pessoas já é algo normalizado em 2023. Então, através de algoritmos que fazem o escalamento automático de poder computacional, e que detectam falhas e mitigam rapidamente, a carga é balanceada e o tráfego segue ininterrupto mesmo em situações adversas.
O tráfego de dados estáticos tende a ser muito diferente de dados dinâmicos. Você já deve imaginar que vídeos, fotos e músicas são dados mais ‘pesados’ que as páginas de internet que você geralmente visualiza em seu navegador. Devido á isso, a forma como estes dados trafegam nas redes é diferente. São necessários mais ‘pacotes de dados’, e o protocolo de transferência precisa se adaptar a isso. É por isso que CDNs são ‘early adopters’ em tecnologias que trazem eficiência de tráfego.
Por exemplo, o uso de protocolo H2 foi implementado e popularizado antes em servidores CDN, e depois atingiu outras camadas da internet. Atualmente, o HTTP3/QUIC está chegando e trazendo uma grande revolução no tráfego de dados, pois o mesmo opera em protocolo UDP (ao invés do TCP, que vinha sendo usado há décadas). O protocolo UDP, embora menos confiável em algumas situações, é muito mais rápido, e permitirá a internet se adaptar à rápida expansão de tráfego dos últimos anos. As implementações de segurança do QUIC irão garantir a possibilidade de uso deste protocolo.
Como meu conteúdo estático vai parar no CDN para ser distribuido?
Os provedores de CDN geralmente fornecem duas formas de configuração: o sistema ‘push’ e o sistema ‘pull’.
No sistema ‘pull’, a implementação é bem fácil. O CDN fica ‘no meio’ da requisição e age como um proxy. Nas primeiras requisições ao conteúdo, o CDN irá buscar o conteúdo automaticamente para servi-lo, e ao mesmo tempo, armazena-o em seus datacenters. Esse conteúdo é então automaticamente replicado em pontos de presença mais próximos aos consumidores do conteúdo (ou seja, visitantes de seu site).
No sistema ‘push’, o responsável pelo site e pelo conteúdo tem a responsabilidade de fazer o ‘upload’ (envio do conteúdo) de forma explícita aos servidores do provedor do serviço. Esse envio pode acontecer de diversas formas, como através de scripts automatizados, envio via FTP/SFTP, ou similar. Após presente no provedor de conteúdo, o mesmo é replicado pelos pontos de presença e passa a ser distribuído aos visitantes de seu site.
Para que utilizar CDNs em meu site?
O uso de CDN não é algo necessário para todo e qualquer site. Se seu site não tem foco em distribuição de conteúdo estático, se ele não tem muitos acessos, ou se não tem muitas imagens, não há sentido em investir em um CDN.
Devido à forma como navegadores requisitam páginas da internet, limitando a quantidade de conexões por servidor, o uso de CDN possibilita o carregamento mais rápido de seu site. O carregamento de recursos funciona não apenas de forma mais rápida, como também de forma simultânea. Por carregar mais rapidamente, de uma forma geral o engajamento de visitantes em seu site tende a aumentar, e seu site passa a se beneficiar dessas melhores métricas.
Para sites de grande porte e que dependem da distribuição de conteúdo, o tráfego de dados é algo geralmente caro. Datacenters e hospedagens de uma forma geral cobram não apenas pelo servidor, como também pelo tráfego de saída (outbound traffic). A partir de uma determinada quantidade de tráfego, o uso de CDNs, que geralmente pratica preços diferenciados para conteúdo estático, passa a valer a pena.
Além de tudo isso, há um aspecto de segurança: a requisição de conteúdos estáticos é enviada diretamente para os servidores de CDN. Isso significa que momentos de grande tráfego ou de ataques de negação de serviço podem ser mitigados, e ajudam a manter a não-interrupção de serviços.
Quanto custa usar CDN?
É no custo que o uso de CDNs no Brasil tende a ser desvantajoso. Embora o tráfego por este tipo de rede tenda a ser muito barato em relação ao tráfego praticado por hospedagens comuns, o tráfego geralmente tem seu valor precificado pela região em que ele acontece. Por exemplo, se o público-alvo de seu site e residente nos Estados Unidos ou em países da Europa, você paga muito barato. Já se seu público-alvo é da América Latina ou África, o tráfego tende a ser bem mais caro (além de a região ter menos pontos de presença).
Ainda assim, o uso de CDN vale muito a pena para a distribuição de conteúdo estático. Empresas como a BunnyCDN cobram U$ 0.045 por gigabyte para a América do Sul, e U$ 0.01 por gigabyte para América do Norte e Europa. Ou seja, caso seu site tenha um tráfego de 1 terabyte por mês (o que é algo muito atípico), o custo fica em aproximadamente U$ 45,00. É muito barato.
Como usar CDN?
A forma de implementar este tipo de serviço em seu site vai depender da forma como o mesmo foi desenvolvido. Sites desenvolvidos com o uso de certos CMS (Content Management Systems), como o Wordpress por exemplo, possuem extensões e configurações que permitem mais facilidade para o uso de CDN.
Caso seu site tenha sido desenvolvido por uma empresa, é necessário conversar com os desenvolvedores para verificar a viabilidade do uso. Em nossa experiência, a maioria dos provedores de CDNs possuem um sistema de ‘Pull’, e permitem a ativação do serviço de forma muito simples.
Finalizando…
O uso de CDNs surgiu para suprir a necessidade de grandes empresas e provedores de serviços de distribuir conteúdo estático pela internet de forma eficiente, sem o risco de incorrer grandes despesas, e garantindo a capacidade de servir centenas de milhões de usuários sem interrupção.
Hoje em dia, porém, até mesmo pequenas e médias empresas já estão se beneficiando, direta ou indiretamente, deste tipo de serviços. Aqui na AgênciaNet, já dominamos a implementação e uso desta tecnologia e estamos pronto para lhe servir. Interessou? Contate-nos!
Por Michel Isoton
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