Google Chrome e o Fim dos Cookies de Terceiros
No ano passado o Google anunciou a interrupção do uso de cookies de terceiros em seu navegador (Google Chrome), em 2022. O navegador é usado por cerca de 80% dos brasileiros e é o preferido por aproximadamente 60% da população no mundo. Essa pequena alteração tem um impacto enorme na vida do internauta, e de empresas que utilizam os cookies para fins de publicidade.
Os cookies são dados pessoais de um usuário que ficam armazenados na máquina do internauta. Eles possuem dois objetivos: um é personalizar a navegação de acordo com as preferências do usuário e a outra é ajudar proprietários de sites, investidores, e anunciantes conhecer melhor o internauta, para assim, mostrar a ele anúncios personalizados com base em seus interesses. Em suma: os sites ‘guardam’ um registro no navegador dos seus visitantes, e fazem uso dele para se lembrar dos produtos que eles viram, das páginas que visitaram, e das ações que desempenharam.
Quando falamos em ‘cookies de terceiros’, estamos nos referindo ás grandes redes de anúncios. Proprietários de sites inserem ‘cookies de terceiros’ em seus sites para monetizar os mesmos (como o Google Adsense, PopAds, Bidvertiser, Infolink), para coletar estatísticas de uso e perfil de visitantes (Google Analytics, StatCounter), para implementar campanhas de remarketing/retargeting (Facebook Pixel, Google Ads), e até mesmo para adicionar funcionalidades imprescindíveis hoje em dia (atendimento via chat, atendente virtual, métricas de usabilidade).
Preocupação com a segurança dos dados
Ultimamente, pode-se perceber uma preocupação maior com a privacidade dos usuários, tanto pela pressão governamental, quanto pelo receio de ter dados importantes ou sigilosos vazados e até usados negativamente. A União Europeia, por exemplo, lançou A GDPR (General Data Protection Regulation, ou Regulamentação Geral da Proteção de Dados), que foi um marco no mundo da segurança digital, tanto do ponto de vista técnico como legislativo. O Brasil não ficou para trás: a LGDP (Lei Geral de Proteção de Dados) possui aspectos muito similares, e visa proteger os dados pessoais de pessoas que usufruem de produtos e serviços em território nacional.
Será mesmo o fim dos cookies?
Não. Cookies são uma parte fundamental da internet como a conhecemos hoje. Quando entramos no Facebook, é um cookie que nos mantém logado. Quando compramos um produto, é um cookie que nos permite executar a compra. Quando acessamos o Youtube, é graças aos cookies que podemos ver os vídeos de acordo com o nosso gosto. Cookies não são uma invenção maligna e perigosa. O problema são os cookies de terceiros, ou seja, quando um webmaster garante o poder de manipular cookies em seu site para uma outra pessoa ou empresa.
Além disso, o próprio Google precisa investir muito para se adaptar as mudanças que está impondo, haja visto que muitos de seus produtos e serviços fazem uso de cookies de terceiros para funcionar, como citado acima. Até o fim de 2022 provavelmente o navegador Google Chrome continuará aceitando esses cookies.
O Mozilla Firefox, um dos navegadores mais populares do mundo, já removeu o uso de cookies de terceiros há um bom tempo. Ele é mantido por uma empresa sem fins lucrativos (Mozilla Foundation), cuja filosofia é de criar uma WEB cada vez mais segura e saudável.
Como isso afeta o usuário?
Os anúncios que um usuário geralmente vê são sobre produtos ou serviços pesquisados, acessados ou comprados anteriormente. Isso porque grandes redes de anúncios são utilizadas por grandes sites para ‘salvar’ o comportamento dos visitantes, e utilizar isso para aumentar suas vendas, acessos e engajamento.
Com o fim de cookies de terceiros, anúncios continuarão a existir, porém a chance de serem veiculados especificamente á um internauta devido aos seus padrões de uso e consumo na WEB são menores. Ainda, grandes redes de anúncios já começaram a buscar alternativas e implementar soluções para que o ‘remarketing’ continue a funcionar mesmo após as mudanças que estão por vir.
Como ficam as empresas que anunciam na internet?
Aqui é que a ação do Google causou revolta, pois sem poder coletar esses dados dos usuários, não será possível direcionar os anúncios, pelo menos, não com os dados de cookies. Cookies são uma forma barata e prática de coletar informações. Sem eles, as empresas terão que recorrer a alternativas como exigir um endereço de e-mail em seu site, por exemplo. Mas como citado acima, o fim dos cookies não é o final dos tempos para a publicidade, muito menos para a privacidade dos usuários.
A solução para o problema de privacidade e publicidade, inventada pelo próprio Google, chama-se FLOCS (Federated Learning of Cohorts ou em tradução livre, Aprendizagem Federada de Grupos). Os Flocs continuam rastreando pessoas na internet, mas agora isso acontece de uma forma mais “coletiva”, sem individualizar internautas. Essas informações coletadas são anexadas a um grupo de pessoas com interesses semelhantes aos do internauta. Somente após esse processo é que esses dados são oferecidos às empresas de marketing.
O Flocs é uma boa opção no que tange personalização de anúncios e privacidade dos usuários, pois além de permitir, mesmo que de uma forma mais ampla, o direcionamento de anúncios, ele não permite que dados pessoais ou sigilosos sejam compartilhados como acontece hoje com os cookies de terceiros. Há ainda muita incerteza no que tange o quão confiável é esta alternativa, porém a mesma já está sendo colocada em testes. Se você utilizar o Google Chrome, já está fazendo parte.
Como já dizia o filósofo: “Se você não paga pelo produto, o produto é você”. E aí, está disposto a abrir mão da conveniência oferecida pela internet atualmente por uma maior privacidade?
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Por Aislon Alcântara, edição por Michel Isoton
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